segunda-feira, 30 de março de 2015

Can You Be Mine. (Eighteenth)

18º  Capitulo

  Esperamos até que desse 00h00 pra sairmos de casa.
  Loucura? Loucura. 4 adolescentes saindo de casa pela madrugada.
  Mal podia esperar pra ver o que aconteceria.
  Realmente, as estradas que nos levavam aos melhores lugares da Flórida estavam fechadas, mas agora eu tinha oficialmente 18 anos, e ninguém podia nos parar. Estávamos decolando pela Costa Oeste da Flórida. Passando por NaplesFort Myers e outras praias incríveis antes de Orlando.
  No rádio, no último volume, tocava Pearl Jam, The Doors... Colocávamos nossas cabeças para fora e gritávamos pro mundo o quanto estávamos nos divertindo aquela noite.
  Parando de festa em festa pelo caminho, bebíamos, dançávamos, aproveitávamos tudo o que podíamos. Sem ligar para o que havia acontecido. Ou o que podia acontecer. Eu estava completando 18 anos e agora iniciava minha vida.
  Foi uma daquelas noites em que se vê em filme. A diferença é que, talvez porque já bebi muito, mas não sei se ainda quero ser uma universitária. Posso pensar nisso ano que vem.
  Fizemos a rota mais maravilhosa de todas –até porque nunca fiz uma viagem assim.
  Aí o Ian começou a gritar.
 -MARGO FIELDS ESTÁ COMPLETANDO 18 ANOS E HOJE ELA PAGARÁ POR ROUBAR O CORAÇÃO DO MEU AMIGO! SRTA ESTÁ PRONTA PARA OUVIR SUA SENTENÇA?
  E eu entrei na brincadeira.
 -OH, JUIZ. NÃO ME JULGUE POR ISSO. FOI PURAMENTE EM LEGÍTIMA DEFESA. OLHO POR OLHO DENTE POR DENTE. JÁ OUVIU ALGO ASSIM?
 -ESTÁ ME DIZENDO QUE MEU CARO AMIGO ROUBOU SEU CORAÇÃO, SRTA?
 -SIM SENHOR, É O QUE ESTOU DIZENDO.
 -MAS VOCÊ ESTÁ BÊBADA.
 -MAS MEU CORAÇÃO ESTÁ SÓBRIO, MEU CARO.
 -ENTÃO BEIJEM-SE.

  Aí a porra ficou séria. Eu não podia beijar o Luke. Eu estava bêbada, mesmo que meu coração estivesse sóbrio. Eu gosto de me lembrar de todas as vezes que nos beijamos.
  Estavam todos rindo, inclusive eu. Mas eu só ri pra não ficar de fora.
 -SIM SRTA. BEIJE-ME. BEIJE-ME SOB A LUZ DE MILHÕES DE ESTRELAS. –automaticamente, olhamos para cima. Sim, o céu estava lindo. Milhões de estrelas iluminando a noite. A Lua refletia na pele de Luke, e seus cabelos brilhavam; e eu vi galáxias em seus olhos. Eu queria lembrar aquele momento para sempre.
  Forcei minha mente a ignorar todo o álcool que estava em mim, para que houvesse um espaço único para aquela noite. Aquele não seria só mais um beijo.
 -OS OUTROS QUE NÃO ESTÃO ENVOLVIDOS NESTE CASO, POR FAVOR, NOS DÊM LICENÇA.
 -SINTO EM DIZER SRTA. MAS SOU O JUIZ DO CASO E PRECISO OBSERVAR ENQUANTO SE CUMPRE A PENA.
  Agora foi a vez de Agatha falar.
 -COM LICENÇA, SR. JUIZ GATO. COMO ADVOGADA DA SRTA MARGO, PEÇO-LHE QUE SE RETIRE. TENHO CERTEZA QUE O SR. TEM COISAS MELHORES A FAZER. –ela sorriu maliciosamente, até demais, pra ele. E eu não sabia se sentia nojo ou gratidão por eles saírem dali.
  Saímos do carro. Não sei pra onde Agatha levou Ian, e não tinha a mínima vontade de saber. Sério. Aqueles dois são tão melequentos.
  Luke me puxou pra perto dele e me beijou, encostando-se ao carro. Abracei seu pescoço e antes de nos beijarmos realmente, afastei nossos rostos de modo que nos olhássemos olho no olho.
 -Oi. –sussurrei.
  Ele riu e disse
 -Oi.
 -Posso pedir uma coisa?
 -Tudo o que você quiser. É sua noite.
 -Promete que não vai esquecer hoje?
 -Margo Fields. Não importa quanto álcool exista dentro de mim, tudo o que eu viver ao seu lado será eternizado. –sorri– Sempre que eu olhar para as estrelas, me lembrarei de hoje. Sempre que pensar nas estrelas, estarei pensando em você.
 -Você está totalmente bêbado. –Eu disse, e nos beijamos.
 Um beijo quieto, mas quente –meu primeiro beijo com 18 anos. E eu amava Luke –minha primeira certeza com 18 anos.
Oi gente. Assim, pra escrever esse capítulo, tive dar uma pesquisada pra não escrever nada errado. Então, resolvi dividir com vocês o site onde obtive informações sobre a Costa Oeste da Flórida. E o outro site, é pra caso você resolva sair em uma aventura sozinho(a) ou com sua turma e ter as melhores músicas para escutar

sexta-feira, 13 de março de 2015

Can You Be Mine. (Seventeenth)

17º  Capitulo

  O funeral da minha mãe aconteceu no dia seguinte.
  Todos estavam comigo, Agatha e Ian, Luke, Bond.
  Não sabia ao certo o que sentir; Agatha e eu falamos algumas coisas depois do discurso mórbido do tal padre. As lágrimas não abandonaram nossos rostos nem quando chegamos em casa.
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  Duas semanas se passaram e –eu e Luke nos beijávamos com mais frequência, nada comparado ao Ian e a Agatha, mas...  –lembrei-me de meu aniversário. Sim, irei completar 18 anos -e até da vontade de rir uma risada bem seca- eu não tenho mais minha mãe. Dezoito anos e sem mãe. Isso não é justo. Nunca vai ser justo.
____
 -Mas Margo, a vida segue –Agatha tentava me convencer de comemorar meu aniversário –Olha! Você vai completar 18 amanhã, eu não to falando que não sinto pela sua mãe, claro que não, você sabe que ela era uma mãe pra mim também. Até porque eu também vou fazer 18 anos e não vou ter uma mãe...
 -Agatha. Chega, tá!? Olha. Agora eu sei muito bem como você se sente e não precisa mais falar sobre isso, ok? Você tem razão. A vida segue. E tudo bem. Vamos comemorar meu aniversário. Mas não quero que pense que só porque vamos comemorar algo e vamos nos divertir, não vou estar triste ou distante.
  Ela pulou em cima de mim e, literalmente, agarrou meu pescoço. E caímos.
 -Você merecia um beijo Margie! –ela disse enquanto ríamos.
 -Vá em frente.
 -Ei! Eu tenho namorado agora, lembra!?
 -NÃÃÃO! VOCÊS ESTÃO MESMO NAMORANDO?! AI MEU DEUS!!! EU SEMPRE SOUBE, EU SEMPRE DISSE! EU SOU VIDENTE!
  Nos sentamos e conversamos tudo o que eu não havia falado nesses dias que se passaram.

  ***

20h45

 -ESQUEÇAM TUDO O QUE VOCÊS HAVIAM PLANEJADO –Ian entrou gritando na minha casa, acompanhado pelo Luke. –DE VERDADE. AS ESTRADAS QUE NOS LEVAM PARA OS MELHORES LUGARES ESTÃO CHEIAS DE GUARDAS OLHANDO A CARTEIRA DE MOTORISTA DE JOVENS INFRATORES QUE BUSCAM LIBERDADE...
 -IAN! PARE DE GRITAR! E se esqueceu que agora temos alguém maior de idade aqui? –fiz uma reverência.
 -Ah é! –Luke quem falou sentando-se ao lado do Ian –Agora, você já pode pagar por ter roubado meu coração.
  Devo ter ficado da cor da maça que estampa a capa de Crepúsculo.
  Creio que foi um choque em todos que estavam na sala, principalmente em mim. Quer dizer... Ele ta confessando seu amor por mim? Na verdade, minha vontade agora era de pular em cima dele e, ai meu Deus.
  Pena que não tenho essa coragem.
 -Ah Luke, cale a boca! –taquei um cigarro nele. –No mínimo você está bêbado.
 -Quem sabe?




  

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Can You Be Mine. (Sixteenth)

16º  Capitulo

  Não vi quanto tempo passou depois que me puseram para fora do quarto, mas tenho a impressão de que foi muito tempo, tempo o suficiente para Agatha chegar acompanhada de Ian e Luke.
  Ela estava em prantos quando veio me abraçar, abraço o qual eu jamais recusaria, principalmente agora que...

 -NÃO!! AGATHA O QUE EU VOU FAZER AGORA? ME DIZ!! –impossível era conter as lágrimas que escorriam pelo meu rosto, molhando todo o ombro dela –EU NÃO SEI O QUE FAZER AGATHA!
 -POR FAVOR, MARGIE! PARE! EU ESTOU AQUI COM VOCÊ! EU SEI. AI MEU DEUS! COMO EU SEI O QUE É FICAR SEM OS PAIS! E OLHE PRA MIM! –ela não continha as lágrimas e nem terminou sua frase.

  Agatha sempre fora mais forte que eu, mesmo quando nós duas tínhamos nossos pais. Aquela fase em que tudo é culpa deles, e a revolta é nossa. Ela passou tranquila por isso, e me ajudou tanto. E agora outra vez ela está me ajudando a passar por algo que ela já passou e foi tão forte.
  Ser forte. Ser forte não é a minha praia. Eu prefiro me afogar em minhas lágrimas, e deixar claro como sou fraca. Mas isso se torna impossível nos braços de Agatha.
  Senti outro par de mãos afagarem minhas costas. Mãos pequenas e leves, acostumadas a consolar meninas fracas. Virei-me e vi uma enfermeira baixinha e robusta, no crachá “Silvya”. A reconheci de quando minha mãe foi internada, ela estava lá pouco antes de eu cair nos braços de Luke.

 -Pequena Margo. –em seus olhos havia muita dor, dor sincera –Eu sinto tanto pela sua perda.

  Apenas assenti, o que eu poderia dizer? “Ah, obrigada, eu também sinto” insensível.
  Ela me tirou dos braços de Agatha, eu quis protestar contra aquilo, mas sabia que eu precisava ouvir algo que só eu precisava ouvir. Agatha voltou para os braços de Ian, e vi Luke se levantar e perguntar algo pra ela, que ela negou com um aceno de cabeça.

 -Margo, eu fiz tanto pela sua mãe. –Ela começou depois de me levar para uma sala –Eu media os batimentos dela toda vez; as poucas vezes que você não veio passar as noites com ela, eu ficava, não querendo tomar seu lugar, pelo amor de Deus, não pense isso! Mas eu apenas ficava de olho, porque se ela acordasse e procurasse por você? Se isso acontecesse eu estaria lá para dizer que você voltou pra casa para descansar depois de muito insistirem.

  Eu não sabia o que dizer. Eu nem sequer sabia o nome dela, e ela havia feito tanto por mim, feito tanto pela minha mãe. As lágrimas que não tinham parado tomaram velocidade e embaçou por completo minhas vistas, tanto que precisei baixar a cabeça.
  Ela me deu um beijo no alto da cabeça, e saiu. E eu fiquei sozinha, só eu e minha dor. Uma dor indescritível, indesejável.
  Não por muito tempo.

 -Oi? –era ele, e eu precisava dele.
  Virei-me e tentei sorrir em meio ao choro
 -Oi.
  Ele veio até mim, e me abraçou. E fiquei abraçada, e envolvida em seus braços, era como se nada mais pudesse me atingir.
  Ele acariciava meus cabelos sem tirar o rosto dos meus ombros.
 -Tiago.
  Olhei pra ele confusa.
 -O que?
 -Meu nome. Não é Luke, é Marshaw Lukerman.
 -E você só gosta de Luke?
 -Sim, só de Luke.
 -Gosto de Marshaw.
 -E eu gosto de você.

  Ah, Luke, pensei, não me faça querer beijá-lo agora, não é hora pra isso.

  Com a cabeça em seu peito, me pus a chorar outra vez, ignorando a vergonha e soluçando alto, no meio do abraço apertado, apertando cada vez mais sua cintura.
  Ele segurou meu rosto de modo que nos encarássemos, olhos nos olhos. Aqueles olhos me levando para longe de tudo, me levando para longe do mundo. E nossos lábios –finalmente –se tocaram.


quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Can You Be Mine. (Fifteenth)

15º  Capitulo

  Desço correndo, pois ouço um estrondo vindo da cozinha, e como não vejo Agatha no quarto, já posso imaginar o estrago que ela fez lá embaixo.
  Copos e pratos que antes estavam no balcão, como minha mãe gostava, agora estavam no chão, e em cima da mesa tinha...
 -UM GATO? POR QUE TEM UM GATO EM CIMA DA MESA AGATHA!? –gritei pra ela.
 -PORQUE ELE SUBIU AÍ! EU JURO, EU COLOQUEI ELE NO CHÃO! –ela gritou de volta.
  Não pude conter o riso.
 -Agatha, vou reformular a pergunta. Porque tem um gato na minha casa? Você sabe que eu não gosto de gatos.
 -Qualé, Margozinha?! –olhei pra trás surpresa, definitivamente aquelas palavras não tinham saído da boca de Agatha.
 -IAN? COMO FOI QUE VOCÊ ENTROU AQUI? E PORQUE VOCÊ TÁ AQUI? –ele gesticulou para falar, mas eu o interrompi com um gesto –Não. Nem precisa. Agatha, tudo bem você trazer ele pra cá, mas você ter um gato, não significa que eu precise de um gato.
 -Mas foi eu quem te trouxe o gato, Margozinha.
 -Para de me chamar assim, Ian! E porque você acha que eu ia querer um gato?
 -Você mal sai de casa, Margozinha. Precisa de companhia, já que pretendo levar sua amiguinha pra dar umas voltas. –Ele tinha um pesado tom de malícia na voz.
 -Porque você se refere às pessoas no diminutivo, Ianzinho?
 -Você não gosta, gatinha?
 -AH! PELO AMOR DE DEUS! COMO VOCÊ AGUENTA AGATHA? VOLTA PRA SALA DE ARTES COM A FRAN, IAN!
 -VOCÊ SE LEMBRA DISSO, NÃO É?! EU SABIA QUE QUERIA TER FICADO LÁ COM A GENTE!
 -Eu sou muito educada, por isso não vou te mandar tomar no cu.
  Peguei o gato no colo e voltei para o meu quarto.
  Sentei na cama de frente pro gato e ficamos encarando um ao outro.
 -Já que é meu, precisa de um nome, não acha?
  Ele miou e eu ri. Pensei por uns instantes enquanto o bichano me olhava com aqueles olhinhos verdes, eu acho, curiosos brilhando em meio aquele monte de pelo tão preto quanto a noite.
-Bond. Tipo, James Bond. Esse vai ser seu nome bichano. O que acha? –ele se levantou e veio até a mim, um ato de aprovação, eu acho. –Ta bom ta bom. Mas sem muitas proximidades, gatinho, ainda não nos conhecemos direito.
  Peguei um livro que estava embaixo da cama, Assassinato no Expresso do Oriente, (Agatha Christie) e me perguntei porque aquele livro estava embaixo da cama. Comecei a ler e me perdi, só parei quando eu terminei, e a propósito, foi tempo suficiente pra Agatha dar umas “voltinhas” com Ian, porque quando desci pra comer alguma coisa, eles haviam acabado de entrar em casa e estavam rindo e se acariciando. Eca.
 -Como foi a voltinha de vocês? –perguntei enquanto descascava uma laranja.
 -Ah minha cara, -Ian quem falou –você só saberia se estivesse com a gente. –e sorriu.
 -Ian! Nós fomos à sorveteria, Margie. Foi bem gostoso. –Eles se entreolharam e ela riu.
 -Trinta e sete milhões novecentos e noventa e cinco mil trezentos e vinte e dois ECAS pra vocês dois. Vem Bond, vamos lá pra fora. –Saí pela porta antes de ouvir a resposta deles, mas voltei pra perguntar: No hospital permitem a entrada de animais?
 -E depois disse que não gosta de gatos. Precisa formar uma opinião sobre isso, Margozinha.
 -Ah! Cale a boca Ian! Cale a boca.
  E fui, mesmo sem saber se Bond entraria, para o hospital ver minha mãe.


  Mal fui chegando no hospital e um segurança já veio me parando dizendo que animais não são permitidos. E na verdade, fiquei surpresa ao olhar pra baixo e ver que Bond havia me seguido.



 -Ah, esse gato! –disse pro segurança alto e forte –Ganhei hoje. Não queria que ele viesse. Olha ele pra mim enquanto faço uma visita rápida à minha mãe.
  E saí correndo pra dentro do hospital. Ninguém veio atrás de mim, no fim das contas o segurança fortão era fã de gatinhos.
  Cheguei ao quarto dela. Me sentei na cadeira perto de sua cama e falei com ela
 -Oi mãe. Que saudade de você. Aconteceu tanta coisa essa semana. Desculpa eu não ter vindo aqui esses dois últimos dias. Mas você não vai acreditar no que aconteceu! Agatha me deu um gato! Sério, foi horrível mãe! Aquele bicho em cima da mesa, e quebrou seus pratos e copos, mas eu prometo vou comprar outros...

  E de repente, todos os aparelhos ligados nela começaram a piscar continuamente e a fazer um barulho ensurdecedor e eu me desesperei e comecei a chorar e então a enfermeira entrou e mandou que eu saísse do quarto imediatamente. Eu não queria, mas tive que obedecer, e então saí e fiquei olhando pela janela, mas a maldita fechou a cortina.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Can You Be Mine. (Fourteenth)

  14º  Capitulo

Para minha sorte, as festas de fim de ano foram como queria que fossem, nas atuais circunstâncias.
  Não recebi a visita da minha vó (graças à Deus) e nem de ninguém. No natal estava no hospital com minha mãe e na virada de ano também. Na verdade passei a semana inteira no hospital. Agatha vi somente algumas vezes e não vi Luke nem Ian durante esse tempo todo.
  Minha mãe não deu sinal de melhora.

_________

  Agora estou em casa outra vez, acabo de acordar e estou tomando café e me preparando pra ir pro hospital, então a campainha toca e Agatha entra.
 -Oi -cumprimentei ela.
 -Oi.
  Ela se senta a mesa e toma café comigo. Ficamos em silêncio até que ela diz:
 -Eu disse pro Ian que eu te beijei.
  Ergo os olhos
 -Porque?
 -Ele havia me perguntado se eu já fiz alguma coisa estranha e então eu disse isso. Foi estranho.
 -Eu sei -eu ri. -E o que ele disse?
  Ela finge uma voz grossa enquanto diz:
 -"Acho muito sexy garotas que beijam outras garotas"
 -Ele disse isso? -mordo o pão- Ele é doido -rimos.
 -Sim ele disse, e disse que quando você parar de ir no hosp... -ela se calou. -Deixa pra lá.
 -Quando eu parar de ir no hospital? O que vai acontecer?
 -Não, deixa. Você não vai parar e não é nenhum problema. É sua mãe.
 -Agatha, nós duas sabemos que eu vou parar de ir pro hospital. O que vai rolar quando eu parar?
 -Porque você ficou assim, Margie? Você sempre foi tão extrovertida. Quando chegou aqui entendi que estava acanhada por ser nova, mas de lá pra cá mudou tudo, você fala com bastante gente, ta até fumando e me fez fumar também. Eu gosto, você gosta. Isso nos corroê por dentro, mas você se corroê de maneira muito pior que o cigarro. Você fica dizendo que sua mãe vai morrer, fica dizendo que vai parar de um jeito ou de outro de ir no hospital. E depois você fica largada pelos cantos da casa sem querer falar com ninguém com uma garrafa de alguma coisa. E sabe quem mais sai corroído na história? Luke. O Luke também tem se corroído, porque ele nunca sabe quando você vai querer falar com ele. Ele gosta de você mas não sabe se você gosta dele.
 -Foi ele quem te disse isso?
 -Não, eu acho que ele gosta de você. E o Ian também acha.
 -Então pronto, ele não precisa saber o que eu sinto por ele, porque eu também não sei o que ele sente por mim.
 -Tem razão.
 -Então, me diga, o que é que vai acontecer quando eu parar de frequentar o hospital?
 -Eu também não sei. -Ela disse e riu.
 -O que? Como assim? Ele não te disse? Espera aí. Vocês estão namorando?
 -An? O que? De forma alguma, ai meu Deus, Margo que coisa doida. De onde tirou isso?
 -AHAAAAA!! VOCÊ FICOU VERMELHA!!! VOCÊS ESTÃO JUNTOS!!! -Subi na cadeira. -AGATHA E IAN JUNTOS MINHA GENTE!!!!
 -MARGO!! DESSE DAÍ DESGRAÇADA! EU NÃO TO COM NINGUÉM NÃO!!! Nós somos apenas.. Bons amigos.
 -Bons amigos é!? Só isso?
 -Sim, já beijei ele.
 -Bons amigos não se beijam.
 -Então o que nós somos?
 -Nós somos BOAS AMIGAS!!
 -Qual a diferença?
 -Eu não tenho um pinto.
 -Boa.

  Depois de muito insistir na relação "Agathian", desisto. Vamos para meu quarto. Vou tomar banho enquanto Agatha me espera no quarto.
  Saio após uns 10 minutos, os cabelos molhados, já vestida.